Files
Abstract
O presente trabalho estima os impactos de políticas de mitigação de mudanças
climáticas possíveis de serem adotadas pelos EUA, União Europeia (UE) e Brasil em
um horizonte futuro de 20 anos. Para tal, utiliza um modelo de equilíbrio geral da
economia mundial, construído para projetar emissões de gases de efeito estufa (GEE)
e simular políticas de redução nessas emissões. Os resultados sugerem a necessidade
de uma maior participação e cooperação global para estabilizar emissões e reduzir
os riscos das mudanças climáticas. Nos EUA e na UE, as políticas climáticas geram
perdas de bem-estar de 0,7% e 0,4%, respectivamente, em 2030, para cortes em
emissões de 25% em relação às emissões de GEE observadas em 2005. O Brasil sofreria
perdas de até de 0,3% em bem-estar em 2030, caso não aplique políticas climáticas,
mas enfrente tarifas compensatórias de carbono impostas por aqueles países. Essas
barreiras comerciais se mostram pouco eficientes em evitar vazamentos em emissões
e a perda de competitividade. Quando o Brasil impõe cortes em emissões, os custos de
bem-estar podem atingir até 2,4% em 2030, o que sugere menores possibilidades de
adoção de tecnologias de baixas emissões e de substituição de fontes de energia fósseis
por renováveis. A redução nas emissões do desmatamento apresenta baixos custos
de mitigação, enquanto cortes setoriais em emissões se mostram bem menos custoefetivos
que outras estratégias, como um mercado de carbono nacional. Os setores de
produção e uso de energia fóssil e a agropecuária seriam os maiores prejudicados pela
política climática doméstica. O grande potencial de mitigação pela produção e uso de
biocombustíveis no Brasil é confirmado pelo presente estudo, apesar de esse potencial
não impedir a queda no nível de atividade do setor de transportes......The study estimates the impacts of climate change policies that may be
adopted by US, European Union (EU) and Brazil in a time frame of 20 years. We use
a general equilibrium model of the world economy, built to project greenhouse gas
(GHG) emissions and simulate policies to reduce such emissions. The results suggest
the necessity to a broader global participation and cooperation to stabilize emissions
and reduce the risks of climate change. The climate policies generate welfare costs
of 0,7% in the US and 0,4% in the EU in 2030 from emission cuts of 25% relative
to 2005 GHG emissions. Brazil welfare losses amount 0,3% in 2030 if it does not
applies climate policies but faces carbon tax board adjustments from those developed
nations. Such trade barriers are not efficient in avoiding emission leakages and the
loss of competitiveness. If Brazil imposes emission cuts, the welfare costs may reach
2,4% in 2030, what suggests fewer possibilities to adopt low carbon technologies and
to substitute fossil fuel energy by renewable ones. The reduction in emissions from
deforestation has low mitigation costs, while the sectorial cuts in emissions are much less
cost-effective than other strategies, as a national carbon market. The economic sectors
related to the production and high consumption of fossil fuels as also the agricultural
sectors faces higher losses by the domestic climate policy. The large mitigation potential
from biofuels in Brazil is confirmed by the study, although such potential does not avoid
the decrease in the activity level of the transportation sector