Files
Abstract
Este trabalho discute as causas do padrão concentrador do desenvolvimento agrícola
brasileiro recente, expresso no predomínio da produção em grande escala, elevado índice de
mecanização e baixa absorção de mão de obra não qualificada. Cita, inicialmente, a existência
de duas posições antagônicas que procuram explicar esse fato: uma, que culpa a herança
latifundiária de nossa agricultura, e a outra, que vê nisso um determinismo tecnológico, não
havendo, assim, possibilidade de atuar sobre esse problema sem incorrer numa perda em
termos de eficiência econômica. Este trabalho, contudo, atribui às políticas trabalhista
agrícola, fundiária e de crédito agrícola, instituídas na década de 1960, a responsabilidade
maior por esse problema. Conforme a análise apresentada, essas políticas inviabilizaram o
mercado de trabalho agrícola temporário e a agricultura familiar, ao mesmo tempo em que
fomentaram a mecanização agrícola e o predomínio da produção em grande escala. O trabalho
termina propondo uma desregulamentação dos mercados de trabalho e de terra na agricultura
brasileira, assim como uma redução drástica do subsídio ao crédito rural.