Files
Abstract
Atualmente, já se fala em rastreabilidade e certificação como alternativas para que as
cadeias produtivas atendam as exigências de segurança do alimento, colocadas pelo mercado
e pelo consumidor. Ao praticarem a rastreabilidade, as empresas conseguem controlar os
diversos elos da cadeia produtiva, para que o produto final chegue ao consumidor de forma
segura. Do ponto de vista do consumidor, este se sente mais seguro, pois tem a certeza de que
terá um alimento com garantia de sanidade e de qualidade. Do ponto de vista das empresas,
estas mantêm sua lucratividade e passam a ter um controle mais rigoroso de todo o processo
ao longo da cadeia produtiva.
Analisando a lógica que está por trás da aplicação da rastreabilidade, atualmente,
percebe-se que o foco está no aumento de competitividade. Na verdade, se os atores de uma
cadeia produtiva não entenderem que precisam se ajustar a estas regras, eles estão fadados a
perder mercado. Ou seja, os atores cooperam para que possam se manter competitivos no
mercado. Porém, diante de todos os problemas que se verificam atualmente, do ponto de vista
social e ambiental, será que a rastreabilidade deveria permanecer restrita a uma estratégia
empresarial de aumento de competitividade? Será que este conceito não deveria ser ampliado
de forma a considerar estes problemas?
Diante destas questões, este artigo objetiva ampliar a compreensão do conceito de
rastreabilidade, a partir da constatação de que esta prática pode e deve ampliar a
responsabilidade das empresas quando se pensa em cadeias produtivas orientadas para a sustentabilidade. Assim, o artigo estrutura-se a partir da discussão de alguns conceitos sobre
cooperação e a coopetição em cadeias produtivas, estratégias orientadas para a
sustentabilidade e rastreabilidade. Por fim, são apresentadas algumas relações entre estes
conceitos e proposições, além das considerações finais, apontando para oportunidades de
futuras pesquisas.