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Abstract

O agronegócio, enquanto conjunto de atividades que abrangem a produção agropecuária e florestal, o beneficiamento de seus produtos e subprodutos ou a agroindustrialização, as empresas produtoras de insumos (sementes, agrotóxicos, fertilizantes, máquinas, tratores etc.), o comércio dessas mercadorias, o sistema bancário relacionado com o crédito rural e o seguro agrícola, está sendo reduzido pela propaganda dominante à esfera daqueles produtos e subprodutos diretamente relacionados com a exportação e negociados na Bolsa Mercantil e de Futuros (BM&F) tais como exemplos o milho (grão, óleo), a soja (grão, óleo e farelo), os suínos, as aves, os bovinos (carne, couro, peles), os produtos florestais (madeira, papel e pasta de celulose), ou seja, agronegócio na ideologia dominante é sinônimo de agronegócio burguês.(Carvalho, 2004) Nesse sentido ideológico, a propaganda dá a entender subliminarmente que, por um lado, são os grandes produtores os responsáveis pela produção dessas mercadorias e, por outro lado, que essas mercadorias abrangem a totalidade do agronegócio. Negam, assim, a existência de “agronegócios democráticos e populares”.(Idem) O trabalho tem como objetivo caracterizar a estrutura fundiária do estado de Mato Grosso no período de 1985 e 1995-96 com o intuito de mostrar que o processo de abertura de novas áreas produtoras significou a aplicação de um modelo de produção que favorece a uma elite rural que já acumula inúmeras vantagens, recebidas dos governos federais, estaduais e municipais, sendo uma delas a facilidade de aquisição de terras públicas a responsável pela criação de imensos latifúndios no Estado, o que explica em grande parte a origem da concentração de terras e da riqueza existente hoje em dia. Para isto, no primeiro ponto utilizam-se diferentes estratos do tamanho da área (terra) e baseado nos dados dos Censos Agropecuários de 1985 e1995-96. Analisa-se: - em um primeiro momento, a dinâmica e evolução do número e área de estabelecimentos rurais; em um segundo momento, no final do período analisado, destaca-se o uso da terra no estado de Mato Grosso. No segundo ponto calcula-se o índice de Gini para determinar o nível de concentração da terra nas diferentes microrregiões do estado. A seguir, levanta-se uma reflexão em relação à migração interestadual segundo a área de destino “urbana” ou “rural” provocada pelo próprio processo de concentração de terra, colocando-se algumas cifras que relacionam o pessoal ocupado segundo grupos de atividade econômica com o intuito de alertar que a partir do momento em que a lavoura torna-se uma atividade de grandes produtores há um novo processo de exclusão. Por último, abordamos os efeitos do processo de concentração da posse da terra no desenvolvimento não sustentável do estado de Mato Grosso no período analisado.

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